4 verdades (e 1 mentira) sobre o ovo
Ele passou décadas com fama de bandido. Mas foi absolvido e provou que é um
ingrediente poderoso, capaz de ajudar a reduzir o colesterol e a emagrecer.
Duvida? Veja as razões para ele ter se tornado o novo queridinho da alimentação
saudável
POR FRANÇOISE GREGÓRIO FOTOS FABIO MANGABEIRA
Uma das descobertas mais importantes, apresentada
em um trabalho realizado pela Universidade de Kansas (EUA), foi a de que apenas
uma pequena parcela do colesterol sanguíneo provém da dieta e a maior parte é
produzida pelo próprio organismo. E o ovo possui uma substância (fosfolipídeo)
capaz de interferir na absorção do colesterol, impedindo sua captação pelo
intestino, que é o responsável por levar tal substância para o sangue.
Portanto, aumentar a ingestão de colesterol não provoca necessariamente elevação
importante em seus níveis.
Alto benefício e baixo custo
E quanto ao limite no consumo? "Considerando
uma alimentação saudável, o recomendado seria até uma unidade por dia",
orienta a nutricionista Maria Gandini, da RG Nutri Consultoria Nutricional.
Entretanto, mesmo com a absolvição, parece que o ovo ainda enfrentará algumas
polêmicas. Há poucos meses, a revista científica americana Diabetes Care
publicou um artigo que acusa o alimento de elevar o risco de diabetes do tipo 2
em 77% entre as mulheres e em 60% entre os homens. Ribas Filho aponta que este
estudo é apenas preliminar e que ainda há outros sendo realizados sobre os
benefícios do alimento. Portanto nada de alarde. O especialista recomenda seu
consumo (desde que sem exageros), já que o alimento possui nutrientes essenciais
ao funcionamento do organismo.
Segundo a nutricionista Maria Gandini, um ovo
contém 213 miligramas (mg) de colesterol, ou seja, quase o total da ingestão
diária recomendada pela Associação Americana do Coração, que é de 300 mg.
Entretanto, ela ressalta que nem todo colesterol ingerido tem como destino
certo o entupimento das artérias. "A substância participa de funções
importantes no organismo, como formação de hormônios", explica. De acordo
com o cardiologista Wilson Salgado Filho, médico assistente da Unidade Clínica
de Lípides do Instituto do Coração (Incor), apenas 1/3 do colesterol do ovo é
absorvido pelo organismo. Maria lembra que algumas pesquisas têm apontado uma
ação inusitada: seu consumo aumenta a quantidade de HDL (colesterol bom), que é
considerado um fator preventivo contra a aterosclerose (quando placas de
gorduras se formam nas paredes das artérias). Segundo o nutrólogo Durval Ribas
Filho, pesquisadores japoneses já divulgaram estudos que reforçam essa tese.
"Os trabalhos mostram que, apesar de haver um aumento do LDL (colesterol
ruim) com o consumo diário de ovo, há também um aumento do HDL, o que é
compensador", comenta.
Como já foi dito, houve um grande movimento de
pesquisadores para tirar o ovo do banco dos réus. E todos reuniram provas
suficientes para absolver o alimento da grave acusação de ser o vilão do
coração. Ficou comprovado que não existe relação entre o colesterol presente no
ovo e o aumento das taxas de gordura nociva ao organismo. Tudo graças a
pesquisadores que parecem nunca terem se conformado com a má fama do ovo. É o
caso de Frank Hu, epidemiologista nutricional da Escola de Saúde Pública de
Harvard (EUA), que confirmou, após alguns estudos, que comer um ovo por dia não
aumenta o risco de ataque cardíaco ou derrame. Ao avaliar, por um período de
dez anos, cerca de 120 mil homens e mulheres saudáveis, o cientista concluiu
não haver diferença significativa de risco entre os que comiam sete ovos por
semana e os que comiam apenas um. Segundo ele, outros nutrientes existentes no
ovo compensam ou anulam o perigo representado pela taxa elevada de colesterol.
"Hoje, sabemos que, quando dosamos o colesterol do sangue, ele reflete muito
mais a ingestão de gorduras saturada e hidrogenada; estas, sim, verdadeiras
vilãs, pois aumentam o LDL (colesterol ruim) e o risco de doenças
cardiovasculares", afirma o endocrinologista Ricardo Martuci, de São
Paulo. O ovo é rico em colesterol e pobre em gordura saturada, isso o exime da
culpa de causar doenças cardiovasculares. O cuidado maior fica para diabéticos
e aqueles que já sofreram infartos (consumir apenas três unidades semanais).
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