MÉDICOS BRASILEIROS
ENVERGONHAM O PAÍS
A foto acima diz tudo; um médico cubano negro, que chegou ao Brasil para
trabalhar em um dos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum profissional
brasileiro, foi hostilizado e vaiado por jovens médicas brasileiras; com quem a
população fica: com quem se sacrifica e vai aos rincões para salvar vidas ou
com uma classe que lhe nega apoio?
Em
nenhum país do mundo, os médicos cubanos estão sendo tratados como no Brasil.
Aqui, são chamados de "escravos" por colunistas da imprensa
brasileira (leia mais aqui) e hostilizados por médicos tupiniquins,
como se estivessem roubando seus empregos e suas oportunidades. Foi o que
aconteceu ontem em Fortaleza, quando o médico cubano negro foi cercado e vaiado
por jovens profissionais brasileiras.
Detalhe:
os cubanos, assim como os demais profissionais estrangeiros, irão atuar nos 701
municípios que não atraíram o interesse de nenhum médico brasileiro, a despeito
da bolsa de R$ 10 mil oferecida pelo governo brasileiro. Ou seja: não estão
tirando oportunidades de ninguém. Mas, ainda assim, são hostilizadas por uma
classe que, com suas atitudes, destrói a própria imagem. Preocupado com a
tensão e com as ameaças dos médicos, o ministro Alexandre Padilha avisou ontem
que o "Brasil não vai tolerar a xenofobia" (leia mais aqui).
Ontem,
o governo também publicou um decreto limitando a atuação dos profissionais
estrangeiros ao âmbito do programa Mais Médicos – mais um sinal de que nenhum
médico brasileiro terá seu emprego "roubado" por cubanos, espanhóis,
argentinos ou portugueses. Ainda assim, cabe a pergunta. Com quem fica a
população: com o negro cubano que vai aos rincões salvar vidas ou com os
médicas que decidiram vaiá-lo?
Abaixo,
reportagem da Agência Brasil sobre a carteira provisória dos profissionais
estrangeiros:
Aline
Leal Valcarenghi
Repórter da Agência Brasil
Brasília
- O governo federal publicou ontem
(26) decreto determinando que a carteira provisória dos médicos com diploma
estrangeiro que atuarão pelo Mais Médicos deverão trazer mensagem expressa
quanto à vedação ao exercício da medicina fora das atividades do programa.
Para
atuar no Brasil, médicos formados no exterior precisam fazer o Exame Nacional
de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). No entanto, a medida provisória
que cria o Mais Médicos prevê que os profissionais que forem trabalhar por meio
do programa não precisarão passar pelo procedimento para atuar no local
especificado pelo Ministério da Saúde. Se o médico inscrito quiser atuar em
outro local, deverá passar pelo Revalida.
O
registro provisório do "médico intercambista" deverá ser solicitado
ao Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde o médico atuará. Os
conselhos regionais disseram que entrariam na Justiça para terem o direito de
não registrar os profissionais que não têm o Revalida. O ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, disse que esta é uma determinação legal, e portanto, deve
ser cumprida.
Segundo
o decreto presidencial, a declaração de participação do médico intercambista no
Mais Médicos, acompanhada dos documentos especificados, é condição necessária e
suficiente para a expedição de registro profissional provisório e da carteira
profissional.O registro deverá ser expedido pelo CRM no prazo de 15 dias a
partir da apresentação do requerimento pela coordenação do programa.
O
decreto publicado hoje prevê ainda que o supervisor e o tutor acadêmico, que
acompanharão trabalho dos médicos que atuarão pelo programa, poderão ser
representados judicial e extrajudicialmente pela Advocacia-Geral da União,
entidade que defende a União.
Os tutores são professores indicados
pelas universidades federais que aderiram ao programa. Já os supervisores podem
ser profissionais de saúde ou docentes das instituições. De acordo com o
Ministério da Educação, que determina o processo de supervisão, haverá um tutor
para cada dez supervisores, e um supervisor para no máximo dez médicos. Os
supervisores deverão fazer visitas periódicas aos médicos, no mínimo uma por
mês.
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